domingo, 24 de abril de 2011

"Era uma vez"

Era uma vez:
Quem nunca ouviu ?
Quem nunca precisou dessas três palavras para entender porque a vida e tão real ?
Era uma vez: Uma princesa muito linda, com sua linda idade, com seu lindo jeito de ser, mas com sua face amarga; uma princesa muito triste, que chorava todas as noites. Não se sabia porquê, nem a solução de se fazê-la parar. Príncipes se prometeram a ela, fadas encantaram-na, Reis a perguntaram o motivo de tanta tristeza para alguém que sempre teve tudo.
  Era incrível, ninguém a entendia. Ninguém naquele palácio sabia o que era verdadeiramente importante. Nem os seres místicos sabiam, pobres fadas, imunes de tamanha grandeza. Ninguém sabia fazer com que uma moça bela, que tinha tudo, que não precisava de mais nada, parar de chorar. Um dia, seu pai perguntou-lhe: " O que lhe falta? Digas-me que te mando buscar ! "

Ela respondeu: Falta-me mais lágrimas para eu poder chorar, o que quero ninguém pode dar.

O rei replica: Como não? Sou o senhor dessa gente e dessas terras, o que aqui há, a mim pertence.

E a princesa diz: Então, não conheces teus pertences, não sabes porque choro, não sabes o que quero, não sabes o que tenho. E ainda assim, quer dar o que não tem.

Como é possível, eu, o rei, dar tudo a minha filha e não saber o que lhe falta? Te dou tudo, és cobiçada, és, íntegra, és a mais perfeita de todas. E falando isso. O rei entendeu.

Sim, sou a mais bonita de todas, mas porque não tenho com quem comparar-me, sou a mais bela porque você me impede de não ser; sou herdada de beleza, porque vocês me nutrem de ouros e beleza. Não possuo um espírito que me defina às vezes feia, preciso chorar e assim desmanchar a beleza que me impõe.

- Sou teu pai, te dou o melhor, não pode me proibir disso.
-Sou tua filha e posso desejar querer ser errante. Ser normal.

 Deseja o que todos tem, e não o amor de seu pai. E não tudo que posso te dar.

  Desejo apenas parar de chorar e ser como todo mundo, você me dando tudo não está me proporcionando nada, apenas me impedindo de viver.

   Numa determinada época tudo se terá, nada será igual as coisas dos outros, e os sentimentos também se substituem, mas será que numa determinada vida, vale a pena ter tudo, até o que não deseja?
     O era uma vez, é capaz de proporcionar sensações de vida real, em definições muito mais profundas que a própria realidade e a própria ousadia de viver.

 

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