segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Artigo de luxo

A pedido dos meus alunos e de quem leu: resolvi traduzir e publicar do inglês para o português a crônica que surgiu por um breve devaneio do pensamento... 



Raramente, na vida vamos conhecer pessoas tão elegantemente descompensadas. Mas, vamos. Às vezes, elas serão uma mistura de espetáculo e luxo, puramente descompensado. Isso me lembra um cas

o engraçado, a ética me impede de falar, mas o direito me preserva a voz. Escrever é como passar o cartão – libera créditos extras. É como gritar sem voz: o som vem por si só.

Numa Universidade a categoria de trabalhadores é crescente, nunca descresse, menos, se autoriza a tal. Impositiva, ordinal, filosófica, uma cadeia de intelectuais. Títulos, cartas, diplomas revelam o feudalismo científico que existe. Há controvérsias em que o século das luzes: ou Iluminismo, para os puristas históricos, ter sido relevante para a construção do pensamento cientifico. Pergunto-me: é mesmo? Com passos de formiga, passei por Paris, Nova York e Los Angeles e quase me projetei em Harvard e Stanford e sempre pensei: meu cérebro funciona? Como cheguei aqui? Não tinha cartão de créditos-extras, nem influência e vivência. Decidi estudar e alcançar um ponto. Deixo de lado minhas crises e depressões de vida. Falo do meu sistema científico para o estudo. Aprendi línguas. Sou poliglota? Sou linguaruda? Sou linguista? Sei lá... Dediquei-me a 3 campos de mestrado, não tive como continuar em nenhum. Mas, insisti: o mestrado, degrau acima. Aquele degrau em que você quer ser mestre, mas trabalha como co-discípulo. Me uni a brilhantina da decepção. Assim que eu a chamo. Eu não sabia. Mas, certo dia, após enfrentar um absurdo de trabalho: trabalhar no domingo. Quem trabalha domingo? Ok, eu já trabalhei, mas o que importa não é o meu currículo aqui. Será que estou ficando preguiçosa? É manha? Isso é coisa de gato. Não de gente. Ou sim? Já pensou nisso? Retomando a dama da descompensa, certa vez nos enfrentamos, ela tinha perdido um artigo, eu, na altura do domingo, à noite, aguardava a solução, afinal eram 2 semanas de sono, café, mãos cansadas: era um fim para a mente, o bolso e o corpo. O Congresso chegava e me via sem chances de participar. Mas, eu já me vi sem chances tantas vezes, e até da morte eu driblei. Uso termo de futebol. Mas, não tem outro. Não tem mesmo. Assim todos entendem melhor. Se tiver outro termo paciência, mas se tiver então eu não sei, deveria saber. Driblar, driblando, enfim, estou me driblando da crônica. Essa mulher me fez provar do veneno do cansaço, posso aumentar a dose e transformar em remédio. Tem um trocadilho assim, quase assim, é por isso que expressões são expressões. Lembram matemática pura, nunca vem exata na cabeça. O que importa é que para quem sabe falar, fazer e entender a única coisa que não pode aceitar é perder. 

Incêndio

Levantei na última hora 
Para batalhar por um agora 
Uma fórmula que tinja 
Com cores, um céu cinza. 

Olhar para uma vista que te mergulhe 
Que te leve ao ápice e te orgulhe 
Traga a você as forças capazes de modificar 

O estado que no momento você está

Eventualmente, as mãos tremem
O chão balança e os móveis gemem
Um tremor que faz perder
A única manobra para vencer

Você cai, levanta
Você acende um fogo
Deixa-o queimar,
Leva-o até você e o implanta
Põe seu coração no jogo
E queima tudo de ruim que lá está. 

Solitária Surfista

Olhei para o mar 
Vislumbrei um milagre 
De longe, começava a navegar 
Minha mente estava cedendo 

Como se fosse mágica 
O mar respondeu minha solidão 
Me viu trágica 

Tirou um pensamento do coração

Trouxe o vento e juntos me levam
Como sereias que cantam
Parte de algo foi embora para as profundeza
E, nunca mais me separei da natureza. 

Sentimento Natural

Quando doer não pense mais 
Prefira encarar a falta de criatividade 
Do que a saudades que traz 
A seriedade para o meio da felicidade 

Do que fazemos parcela o coração absorve 
A mente transporta e espalha 
O corpo se esvazia para ver se dissolve 

Tudo vira fogo e palha

Preciso dizer que as palavras são como borboletas
Brilham, enfeitam e são inesquecíveis
Trazem consigo um doce perfume de violetas
Que lembram a história de duas pessoas invencíveis. 

Sorriso de Emergência

Infinitamente longe, 
Ainda assim, 
Numa batalha sem fim 
Mergulhe até as profundezas do desespero 
E retire, para seu dia, um sorriso de um vespeiro. 

Reformulado

Uma história tem sempre seu limite
Não importa o que seja, você se permite 
Ir além de suas falhas e dizer que é capaz 
Porque seu brilho é o que emite sua paz 

Não faça regras que só quem obedece é você 
Faça valer um desejo de se vê 
Incrivelmente destacado entre os demais 

E provando o quanto você quer mais.

Nenhuma estrela te escutará se você desejar na escuridão
Acenda suas velas, aceite brilhar para você sem objeção
O único objetivo de todas as coisas aqui
É te reensinar a caminhar de cá até ali

[ Sem deixar de reparar
que a melhor parte de você
É sua força de tudo amar.]

Uma maneira de ser

É complicado como tudo se dá 
Uma ora você acerta, outra é acertada 
Às vezes, é mais difícil enxergar o que há 
E ainda há aqueles, como eu, que tentam 

Fazer de tudo por uma incompreensão 
Alcançam seus maiores medos e os soltam 
Como dragões, lutam na escuridão 

Para atingir uma luz que poucos enxergam

Algumas pessoas não sabem brilhar,
Outras apenas necessitam de uma oportunidade
Aquelas são as que lançam os medos pra te assustar
As outras são as que surgem para te libertar. 
Olhe para as estrelas 
Elas queimam 

O suor que escorre de seu rosto 
Marca a igualdade com fogo 
Prova em vocês o mesmo gosto 
De um leve e quente jogo 

Brilhando intensamente 
Cada ser humano 

Tem dentro da mente
Um elo cigano 
Constelação de aventuras 
Pendura na árvore de uma manhã
Os desejos de toda uma vida de loucuras 
Prende no topo tua estrela-irmã 

Aquela que brilha para ti 
Imagina a grandeza de teu coração 
Comece a vislumbrar um sucesso em si 
E vê o resultado no mundo de muita dedicação. 

Nossa semana

Uma semana: componente de instância 
Praticado com elegância
para suprir com relevância 
Uma ganância 
De se fazer todas as coisas bem.

Agruras

Já se dizia desde antigamente: "não posso ir além da medida de todas as coisas."
Já se enfrentava heróis sem armadura, já se guerrilhava sem candura. Já se fazia uma grande loucura. 
Mas, para acalmar o coração e seguir os limites, dizia-se: faço tudo isso por todas as coisas, por todas as pessoas. Faço porque desejo, faço porque amo, faço porque preciso navegar nessa vida hoje: 
sem armaduras, 
com muita candura, porque tudo é 
uma eterna loucura. 

Solitude temporal

Em 24 horas fica impossível entender, 
ver ou perceber, 
o sentido de todo sentido.

O belo que guardo para mim

De todas as coisas do mundo 
A mais bonita é aquela que guardo 
Que escondo lá no fundo 
E que me mantem de pé quando está ao lado. 

Sem hora

Tempo - composição subjetiva 
Não se vê mas passa 
Produz uma sensação sugestiva 
Que induz com se faça 
De forma obrigativa 
Minha ação objetiva.
Algo está rompido, 
Mas a veia que estoura 
Nunca é a que mais sangra...
Numa conversa entre razão e emoção o assunto é a concentração.
Existe uma parte da gente que se acostumou com verdades montadas. 
Caçando coisas desencontradas 
Mas, o sentido da vida é esse? 
É um costume de se acomodar, 
Fazer de todas as coisas 
Um sopro capaz de levar 
Dando força para a gente lutar.

Medida e dose

Dois dedos de medida de cansaço dessa realidade. 
Meia porção de fadiga para enfrentar o dia de verdade 
Meia xícara de desanimo 
Batendo tudo com uma dose de açúcar do encorajamento
Vamos sempre batalhando!