sábado, 29 de setembro de 2012

Parte para às 05:00 da manhã. 
Mais uma manhã se inicia para quem dormiu. Espio pela janela do meu quarto e percebo que o sol delicadamente coloca a lua para descansar - Ele percebe o quão sua beleza está cansada. 
- Às vezes achamos que vimos muito nessa vida, mas temos a capacidade de sempre ver mais - vaguear no pensamento rende frutos. Sol e Lua são os seres que mais viram coisas acontecerem; eles são as próprias coisas em si que vem e vão. Que surgem e somem. É mais uma 
manhã, percebo que com calma as pessoas vão se movimentando em suas casas. Que paulatinamente, o dia vai começando, e os leões se soltando; nosso trabalho? Recolhe-los ou matá-los. O sol... lembra um leão grande, quente, ostentoso, mas que se matarmos morremos. Que paradoxo! Cansaço? Talvez... mas é uma dose de reflexão; é, começam a acordar, as primeiras luzes se acendem, no fundo, o sol surge... a lua já se foi. Sentimento estranho esse de despedida dos astros, eles se cuidam e se ocupam. A sobrevivência de cada um independe um do outro, mas seu surgimento depende necessariamente do desaparecimento do outro: no entanto - um completa o outro. A lua foi e não me despedi dela. Injusto. Ela cuidou de mim a noite toda - ela sempre cuida - percebo que o sol brilha hoje, brilha bastante. Mais uma casa se iluminou. Esse sentimento do nascimento da manhã é incrivelmente único. É como ver a morte e a vida no mesmo plano, se enfrentando em um duelo na terra, no céu e no mar... Sou uma coadjuvante como as estrelas, apreciei o segredo dos opostos. O nascimento que gera a morte, o brilho que ofusca a chama, o grande que cuida do pequeno... Mais gente está acordando, como teria sido o sonho de cada um? Não posso furar os limites, dessa vez não entrarei na cabeça deles. Ficarei com essa imagem - do sol cuidando da lua. Do céu se unindo ao mar, da luz deitando-se sobre a escuridão... 

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